Uma mistura de folhas verdes, açúcar, esterco, microorganismos eficientes, micronutrientes e outros ingredientes acessíveis geram a biocalda ou “calda viva”. Muito utilizado no manejo agroecológico, esse preparado revitaliza o solo e contribui para o controle biológico e o equilíbrio do ecossistema.
Com baixo custo de produção, a receita informada a seguir gera mil litros que, quando diluídos para uso, podem render até dez vezes mais. O preparo da biocalda é uma das orientações do acompanhamento técnico rural ofertado pela Tabôa e pela Rede de Agroecologia Povos da Mata, por meio da Muká Plataforma Agroecológica. Durante as visitas, oficinas e dias de campo, as/os agricultoras/es são orientadas/os sobre a importância e os benefícios de incorporar a biocalda ao manejo agroecológico e como devem aplicá-la em suas unidades produtivas, considerando cada tipo de cultivo.
Confira a receita:
Em uma caixa de mil litros de água, misture folhas verdes cortadas, como embaúba, margaridão, gliricídia, coração de bananeira; 150 kgs de esterco fresco (referencialmente de ruminantes); 30 kgs de açúcar cristal; cana-de-açúcar picada; 10 litros de microrganismos eficientes (fungos e bactérias que vivem em solos férteis e plantas); além de micronutrientes: sulfato de magnésio (0,500kg), sulfato de manganês (0,500kg), sulfato de zinco (0,500kg), sulfato de potássio (0,500kg), sulfato de cobre (0,350kg), sulfato de cobalto (0,350 kg), ácido bórico (0,500kg) e molibdato de sódio (molibdênio) (0,250kg).
Os oito micronutrientes citados na receita devem ser inseridos dois a cada dia, sempre um pela manhã e um à tarde, com 12 horas de diferença, até que todos sejam inseridos (não tem ordem específica para adicionar os micronutrientes, mas ao fim de quatro dias, todos já deverão ter sido inseridos na mistura). Nos 28 dias seguintes, todos ingredientes devem ser misturados duas vezes por dia durante dez minutos. A caixa d’água deve permanecer fechada nesse período.
A biocalda deve ser aplicada após a remineralização do solo, com pó de rocha e, na sequência, uma vez por mês, sempre que possível, na lua nova.
No cacaueiro ou em outras frutíferas, a diluição utilizada é a 10%. Pode ser aplicada também em culturas anuais ou em hortaliças, neste caso, a diluição recomendada é a 2,5%.
Foto: Acervo Tabôa | Analee.